domingo, 28 de outubro de 2012

PRÉMIOS, MENÇÕES HONROSAS E BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO


PRÉMIOS, MENÇÕES HONROSAS E BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO


2010/13 – Bolsa de investigação (Doutoramento), pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia - FCT, Lisboa.

2008Prémio Revelação de Arte Experimental (com aquisição da obra a concurso),Vostell 90, Espanha.

2007– Prémio de Artes Plásticas, no Concurso Engenho&Arte, promovido pelo Grupo Lena (SGPS), Leiria.

2007– Prémio do diário de Notícias (DN JOVEM), pelo texto «Combater a morte»,edição de 2 de Fevereiro de 2007.

2007– Melhor Trabalho Artístico da Cidade de Abrantes - Concurso Engenho & Arte– promovido pelo Grupo Lena, SGPS, Leiria.

2006-Prémio do Diário de Notícias (DN JOVEM), pelo texto «Improvisar uma máquina/a máquina do improviso», edição de 9 de Junho de 2006.

2005- Prémio Revelação de Artes Plásticas, no Concurso Internacional de Artes Plásticas, Casino da Póvoa de Varzim.

2005– Menção Honrosa em Fotografia e Pintura no Concurso Salúquia às Artes, Câmara Municipal de Moura.

1999 - 2º Prémio de Desenho/Pintura, no JOV`ARTE, Lisboa.


Curriculum Vitae de Eusébio Almeida
http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=2566368344223116#DadosPessoais



PROJETO
VANESSA BEECROFT + EUSÉBIO ALMEIDA

«A arte é uma droga que gera dependência»
 (Duchamp)

  
Vanessa Beecroft + Eusébio Almeida, Performance,
Culturgest, 2002, Lisboa
 
 
Revista Enne Magazine, Junho de 2008,
Porto, pp-14-15.

 
Revista Enne Magazine, Porto, 2008
 
 
Vanessa Beecroft + Eusébio Almeida, Performance,
Revista Enne Magazine (2008).


Revista DIF DIF (Guia urbano) Lisboa, e
Revista Surface (Barcelona), p. 18, 2003.

 

sábado, 27 de outubro de 2012

PROSA/FICÇÃO/ENSAIO

 
PROSA/FICÇÃO/ENSAIO
(em construção)
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DO FLÂNEUR AO CIBERFLÂNEUR
 (fragmento/ensaio)
 
«Uma das condições essenciais para experienciar o mundo, é deixar-se afectar pelo presente, e por todos os detalhes em que este ainda se exprime»
(Baudelaire)
 
Depois da falência declarada dos chamados grandes sistemas teóricos com pretensões de explicação absoluta da realidade. Depois das inúmeras «crises de sentido» operadas pelos mais variados autores. Depois da estranha sensação de que todos ou quase todos os fundamentos teóricos ruíram ou de que todos ou quase todos os projectos ideológicos falharam. Depois dos múltiplos escombros deixados à deriva pelas «filosofias da suspeita» (Marx, Nietzsche, Freud, Heidegger, etc). Depois da dissolução vertiginosa de todas estas «grandes narrativas» (Lyotard), igualmente postuladas por outras tantas áreas da teoria do conhecimento, a verdade é que todos estes grandes «abalos históricos» mais não parecem ter feito do que contribuir para o atribuladíssimo processo de desestruturação ou de instabilização dalgumas das chamadas verdades últimas acerca da inquietante história da humanidade, mostrando assim, uma vez mais, algumas das múltiplas fragilidades desse velho sujeito ondulatório que é o humano.
É verdade que depois destes grandes abalos históricos ainda continuariam a surgir muitas outras “categorias” ou “estruturas”, agora consideradas muito mais frágeis, flexíveis, flutuantes, plásticas, elásticas e líquidas, sempre na tentativa, tantas vezes inglória, de preencher os buracos ontológicos deixados à superfície da terra pelas falhas das categorias anteriores. Neste sentido, as novas categorias ditas então de «pós-estruturalistas» viriam assim a assumir uma tão grande diversidade de nomes que é quase impossível fazer aqui uma apresentação, mesmo que breve, do seu respectivo estatuto conceptual. De qualquer forma, diríamos apenas, ainda para reforçar algumas das ideias anteriores, que todas estas novas “categorias”, ou melhor, que a profusão destes novos operadores conceptuais ditos agora de mais criativos, flexíveis, disseminativos, expansivos, colaborativos, interactivos (muitos deles de matriz altamente digital), mais não fizeram do que criar uma espécie de vertiginoso enfeitiçamento, ou de erotização generalizada da experiência contemporânea.
Na prática, esta espécie de «atracção fatal», ou esta euforia generalizada desenvolvida em torno dos mais variados feitos e efeitos da Web, que os novos media parecem estar agora a proporcionar, mais não fazem do que confirmar tudo aquilo que alguns de nós já tínhamos verdadeiramente intuído, ou seja, que a única certeza que ainda nos parece válida é a de que estaremos sempre em trânsito ou em permanente movimento, e outras tantas vezes simplesmente à deriva (daí a tese do flâneur, e do ciberflâneur), não só à medida que vamos correndo o risco de perder as coisas que mais desejamos ou as pessoas que mais amamos (esse alguém que largamos a favor de uma nova viagem), mas também à medida que vamos alimentando o desejo e a própria necessidade, tantas vezes obsessiva, de continuar verdadeiramente conectados a mais alguém ou a mais alguma coisa, tal como refere Steven Shaviro (2002, p.197), quando reforça a ideia de que «conectar é preciso». Para mais tarde continuar ainda a dizer que «o verbo conectar é uma verdadeira obscenidade no mundo de Noir, o romance de ficção científica de K.W. Jeter. Lá as pessoas estão sempre a dizer coisas tais como: «espera aí que eu já te conecto», ou ele «que se conecte», ou «vai-te conectar» (Jeter, 1999: pp.192-200). Em resumo, «quem está conectado está verdadeiramente fodido»!
Ou seja, na prática, «toda a conexão tem o seu preço (…)». E o preço de estarmos ou não conectados, de estarmos ou não ligados (on/off ?) é o preço que pagamos ou que temos vindo pagar, por nos continuarmos a “rebolar” excessivamente em cima do teclado, por nos continuarmos a “rebuçar” em cima do rato ou por continuarmos simplesmente a “fazer amor” com o ecrã, ele que incita, induz, seduz, de um para muitos e de «muitos-para-muitos» (em rede), quase como se fôssemos uma espécie de fantasmas interactivos incapazes de resistir aos reflexos demasiado atractivos desse extraordinário «mapa de intensidades» (Deleuze), repleto de imagens soltas, de viagens imprecisas e de ligações tantas vezes hesitantes e interrompidas, mas que entretanto vão adquirindo muitas outras dimensões, muitas outras camadas (camadas sobre camadas de sentido), ou repetições de repetições, ou seja, «repetições do mesmo», «repetições do diferente», quase numa espécie de esquizofrenia compulsiva de «diferença e repetição, repetição e diferença», diria Deleuze para complicar ainda mais os contornos um tanto ou quanto indefinidos desta problemática deveras aliciante.
Por isso, nesta perspectiva, estaremos nós fartos de suportar a escala reduzida das grandezas naturais?Estaremos nós fartos de respirar o ar puro das mais baixas camadas da atmosfera onde fomos habituados a viver? Estaremos nós preparados para questionar aquilo que vai acontecendo à nossa volta: «mundo negro, mar crescente: uma máquina solitária ronca na praia, uma fábrica atómica instalada no deserto» (Deleuze), um chip digital integrado no nosso crânio, uma lente misturada com a nossa carne, uma fita magnética a dirigir os nossos passos, uma teia digital a comandar os nossos gestos, uma rede virtual a programar os nossos actos (...).
 Nota: publica-se aqui apenas um pequeno fragmento de um ensaio de 25 páginas recentemente publicado pela Editora Relógio D`Água.

Almeida, Eusébio - «Do flâneur ao ciberflâneur: breve digressão pelas práticas interactivas do espaço contemporâneo», in Genealogias da Web 2.0 (Org. Pedro de Andrade/José Pinheiro Neves), Revista de Comunicação e Linguagens, RCL, nº 42, Lisboa, Relógio D`Água (2011), pp. 247-271.


rcl42

Ensaio disponível em : http://www.cecl.com.pt/rcl/edicoes/rcl-42-genealogias-da-web-2-0/72-literacia-e-literatura-na-web-2-0/276-do-flaneur-ao-ciberflaneur-breve-digressao-pelas-praticas-interactivas-do-espaco-contemporaneo

Todos os ensaios disponíveis em: http://www.cecl.com.pt/rcl/edicoes/254-rcl-42-genealogias-da-web-2-0
 
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TEORIA DA VIAGEM
(fragmento/ensaio)


«Toda a narrativa é uma narrativa de viagem.»
(Michel de Certeau)   

É PRECISAMENTE entre esta vertiginosa necessidade de viajar sem parar (deslocação física), e a vertiginosa necessidade de andar sem sequer se deslocarem fisicamente, como uma espécie de «turistas sentados», que vários artistas tem traçado alguns dos seus mais interessantes projectos artísticos, quase como se desejassem compor e recompor uma espécie de «autobiografia nómada», isto é, quase como se ainda fosse necessário continuar a passar o muro, a furar a rede, a saltar por cima de uma qualquer fronteira (real ou virtual), e mesmo que essa fronteira não exista e muitas vezes não existe mesmo ou, pelo menos, parece não existir, a verdade é que estes artistas continuam, mesmo assim, a sentir a necessidade de reinventar muitas outras «linhas de fuga» (Deleuze, 1977), na tentativa de intervirem na plasticidade ondulatória do espaço (por mais impenetrável que este ainda lhes possa parecer).
 
Aliás, foi precisamente a partir desta espécie de pensamento derivativo ou de permanente deslocalização que Smithson (ao contrário de Richard Long que o apontava como uma espécie de «urban cowboy» incapaz de praticar o espaço), se lançou para os destroços dos subúrbios do mundo em busca de uma nova viagem que ainda lhe proporcionasse o prazer de descobrir os contornos geográficos de uma outra paisagem («paisagem entrópica»), na tentativa de formular novas perguntas e respostas sobre as inúmeras contradições do espaço micro-utópico do andar (do andar enquanto prática artística).
 
No fundo, Smithson, «entre o caçador do paleolítico e o arqueólogo de futuros abandonados» (Careri, 2002: p.168), tentará resgatar alguns dos múltiplos destroços desse antigo território (Passaic River), onde ainda pareciam existir as marcas do pensamento, da cultura e da arte, procurando assim, para todos os efeitos, não só uma espécie de transformação simbólica do território ameaçado, mas também uma espécie de experiência que lhe permitisse alargar o «campo expandido» das suas próprias práticas artísticas.

Nota: Fragmento de um artigo originalmente publicado no Dicionário Crítico de Arte, Imagem, Linguagem e Cultura.
Almeida, Eusébio, Dicionário Crítico de Arte, Imagem, Linguagem e Cultura (coordenado por José Bragança de Miranda, Maria Teresa Cruz e Raquel Henriques da Silva), Ministério da Cultura (MC), CECL, Museu do Côa, e IGESPAR, Lisboa (2009/2010), pp.1-6.

Artigo integral disponível no site do CECL,UNL: http://www.cecl.com.pt/pt/publicacoes/dicionario-critico
Artigo integral disponível no site do Museu do Côa:
http://www.arte-coa.pt/index.php?Language=pt&Page=Saberes&SubPage=ComunicacaoELinguagemCultura&Menu2=Cultura&Slide=180&Filtro=180


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ARTE, FILOSOFIA E CHOCOLATES!
(Notas sobre a Teoria do Baloiço).


«Alguns problemas são demasiado complexos para terem apenas
soluções racionais. Eles admitem intuições, e não simples respostas.»
                                                                                                                 (Jerome Wiesner)   

OS LIVROS de um filósofo desconhecido colados na parede do quarto. Os quadros desenhados na moldura rugosa do chão. Os dedos apoiados na face negra de uma escultura grega (quase nua). As planícies a entrar pela janela do umbigo (essa fonte inesgotável de prazer). E tudo são pretextos para continuar a pensar na gramática do plano demasiado inclinado das palavras. De resto, as palavras só querem provocar a voz do tal filósofo desconhecido, que parece estar a desaparecer juntamente com o brilho dos sapatos. A verdade, porém, é que os sapatos ainda não aprenderam a pensar. De resto, pensar é como respirar o ar puro da montanha prestes a ruir. Pensar é como dar um mergulho nos limites da geometria quase cega do oceano pacífico, onde te imagino vestida de salmão. Pensar é como atravessar o deserto a pedalar em cima de uma bicicleta sem motor. É como idealizar o mundo virado de pernas para o ar. Pensar é como saborear uma barra de chocolate. Pensar é parar de comer. É continuar a correr. É resistir à sede, à fome, ao frio, ao desejo e ao desespero de continuar a viver. É matar a fome com rodelas de limão. É subir sem cair para voltar a descer.
 
Não, não sou filósofo, nem gostaria de o ser. Os filósofos matam as ideias antes delas ganharem vida própria. Também não sou pugilista. Nem poeta. Nem cantor. Talvez seja um simples acrobata distraído em cima de uma placa giratória, prestes a partir. É a partir do chão que recomeço a desenhar a dança maliciosa do duplo retrato do mundo onde existe o plano inclinado da teoria do baloiço. A teoria do baloiço é aquela que nos permite escorregar em cima dos sapatos brilhantes do filósofo desconhecido. Os sapatos a cair. A cair do ar. O ar com que respiramos o sabor da terra. A terra a voar por cima das nossas próprias cabeças (onde tudo parece estar demasiado inclinado para o acidente). Tal como um malabarista a sentir o desespero da próxima queda. Tal como Godot à espera de qualquer coisa, de que um dia acabará, finalmente, por se fartar de esperar. É ainda da teoria do baloiço que estamos a falar. Ou da teoria do malabarista que sobe e que desce sem parar. Subir ou descer, neste caso, tanto faz, desde que se consiga encontrar alguma água na geometria, quase plana, do deserto da filosofia (onde não deviam existir territórios proibidos). Não, não sou filósofo, nem gostaria de o ser.
 
Os filósofos são uma espécie de vendedores ambulantes à beira do desespero. Desesperam, porque o mundo deixou de ser pensado por eles (por eles, e pela fatídica «filosofia analítica», que tantos estragos causou à tão famigerada cultura ocidental). A verdade, é que o mundo não precisa de filosofia, nem de filósofos para nada. A filosofia é que precisa do baloiço do mundo para poder existir. Para poder existir melhor. A filosofia precisa é de entrar dentro da cabeça criativa de um qualquer jogador de corridas virtuais, desses que vivem agarrados à obsessão do poder interactivo das imagens. Das imagens com que se podem simular os contornos violentos do corpo em cima da partitura visual de um qualquer ecrã. O ecrã, «essa forma iluminada de resgate», que nos pode ajudar a dar saltos mortais em direcção aos inquietantes abismos do crânio (essa máquina misteriosa que nos ajuda a pensar). Mas pensar é fugir, e fugir é pensar. Pensar, neste caso sem qualquer tipo de filosofia, já que a filosofia pode matar o pensamento.

Pode matar porque esta continua demasiado agarrada à essa espécie de «masturbação de grilos impotentes», diz-nos Eduardo Prado Coelho, em Tudo o que não escreveu (tudo o que não escreveu sobre o equilíbrio instável do mundo). Mas, pensar e escrever é isso mesmo. É “procurar novas armas” (é agir) com as quais nos possamos defender dos perigos das inúmeras tempestades da vida. Porque a verdade é que nunca estamos demasiado preparados para nada (não há programas que nos salvem). Muito menos para sentir. Para sentir o prazer de gesticular com os dedos dos pés. Tal como uma criança a sentir o prazer de moldar a plasticina com as mãos. As mãos enfiadas no barro, até este ganhar a forma de uma pequenina parte do mundo.
 
Esta é a magia de aprender a pensar com a enorme fragilidade das mãos. De facto, é tão bom poder pensar a partir da metáfora das mãos, dizia Deleuze (e dos pés, e da boca, e dos lábios, e da pele, e da carne), tal como uma criança a sentir o prazer de experimentar o barro a deslizar por entre os dedos acabados de limpar. Tal como Álvaro de Campos a experimentar o sabor do chocolate das palavras com que escrevia ao dizer; «Come chocolates, pequena! Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates». Agora começo a perceber, só os gulosos é que sabem viver bem longe das inúmeras tempestades de areia que continuam a existir no deserto do crânio daqueles que nunca aprenderam a pensar com as mãos, os dedos, a boca, a pele, a carne…!

Nota: Artigo originalmente publicado no Suplemento Cultural do Diário de Notícias (DN JOVEM), a 29 de Junho de 2006.
Para consultar a lista de artigos deste autor publicados no Suplemento Cultural do Diário de Notícias (DN JOVEM), ver curriculo em anexo: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=2566368344223116

Eusébio Almeida


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SONHAR NO MUSEU

 
 
Eusébio Almeida e Rosário Caeiro,  Ministério da Cultura (MC),
Instituto Português de Museus (IPM), Lisboa, 2004
 
Este é um livro onde se relata uma história em que a personagem principal, Rafaela, vai descobrindo e revelando a colecção do Museu de Cerâmica (Museu Rafael Bordalo Pinheiro). É uma obra que pretende dar a conhecer o edifício, o percurso expositivo, o jardim, e as peças de cerâmica de Bordalo Pinheiro, quer através de uma vertente mais técnica, quer através de uma vertente mais lúdica e poética, tal como era apanágio  da imaginação desse grande mestre artista/ceramista/caricaturista. O livro é todo ele profusamente ilustrado com aguarelas, e no final apresentam-se ainda  as fotografias das principais peças do museu, neste caso, com legendas adaptadas à linguagem das crianças.
 
Almeida, Eusébio, Caeiro, Rosário , Ministério da Cultura (MC), Instituto Português dos Museus (IPM), e Museu  de Cerâmica, Lisboa (2004). ISBN: 972-776-220 (21x14.8 cm; 32 pp.; 27 il. cor; brochado; ed. portuguesa).

Livro disponível em : http://www.ipmuseus.pt/pt-PT/recursos/publicacoes/pub_inf_juve/PrintVersionContentList.aspx?page=2
 

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LIVRO DE PINTURA CONTEMPORÂNEA
 
(PORTUGAL/BRASIL).
 
 
 
DESENCARCERAR A ARTE DAS ALGEMAS DA HISTÓRIA



Livro Luso-Brasileiro de Pintura Contemporânea, Universitária Editora,
Lisboa, Rio de Janeiro (2003).


                                                            
                                                                       «A arte é uma droga que gera dependência»
                                                                                                                              (Duchamp)

Antes de Duchamp (considerando a obra de Duchamp como uma das grandes matrizes da arte contemporânea), a arte, na Europa e no resto do mundo, não passava de um enorme mosaico repleto de imagens demasiado figurativas, isto é, feitas apenas à medida do laboratório pictórico dos artistas da época que pincelavam obsessivamente o rosto do século XIX, em busca de um qualquer «paraíso perdido» (Seurat, Paul Gauguin, Van Gogh, Cézanne, Toulouse-Lautrec, Monet, Manet, Degas, James Ensor, Matisse…etc), isto só para referir um número muito reduzido de artistas (a lista, essa, seria verdadeiramente interminável).

Depois, Kandinsky, terá dado os “primeiros” passos até chegar àquele que é considerado o primeiro quadro abstracto, datado de 1910. Depois surgirão os dadaístas (Janco, Tzara, Hans Arp, Ball, Man Ray, etc), não só com as suas enormes “patetices em verso” (grunhidos e guinchos ontológicos), e os seus entretenimentos cacofónicos (homo ludens), mas também com os seus protestos contra «o significado da história», e o «derrube» da civilização ocidental. Depois virão os surrealistas, com as suas múltiplas alucinações, as suas fantasmagorias, os seus «automatismos psíquicos», capazes de gerar uma imagética gritante, neurótica, ameaçadora, inventiva, automática, paranóica, febril, compulsiva, arrebatadora, ou seja, encarando assim a arte como uma espécie de «extensor da criatividade», segundo Abraham Moles, ou uma espécie de estrutura variacional do mundo (cheio de dobras, de esquinas, de arestas difíceis de limar).

É verdade, que antes de tudo isto, já tinham sido pintados alguns gritos de raiva e de protesto, como os de Munch (1893). É verdade que já tinham inventado a fotografia (Niepce/1826), que levará mais tarde à descoberta do cinema, da televisão,  do vídeo, do computador, da Web, etc. Enfim, podíamos continuar a referir, indefinidamente, um sem número de obras e de artistas, mas uma coisa é certa, só depois de Duchamp, é que apareceram todos aqueles grandes “criadores” que acabaram por marcar a História das Artes Visuais (de Warhol a Bruce Nauman, de Pollock a Fontana, de Arman a Vostell, de Donald Judd a Calder, de R.Horn a R.Serra,  de R.Smithson a R.Long, de Christo a J.Beuys,  de Dan Graham a Marina Abramovic, de G. Richter a Burden, de Merz a Louise Bourgeois, de Matta Crark a Boltanski, de Jeff Koons a Gormeley, de Kiki Smith a Ilya Kabakov, de Nam June Paik a Hans Haacke, de Jenny Holzer a Barbara Kruger, de Gary Hill a Bill Viola,  de Tony Oursler a Nan Goldin, de Jeff Wall a Cindy Sherman,  de Thomas Ruff a Walker Evans,- de Tracey Emin a Olafur Eliasson, de Stan Douglas a Larry Clark, de V.Beecroft a art club 2005, de Jeffrey Shaw a Stelarc, etc. A lista, essa, continua a crescer indefinidamente....................................!
Nota: Publica-se aqui apenas um breve fragmento do ensaio integrado no livro acima enunciado.

Almeida, Eusébio M. 2003. Livro/Anuário Luso-Brasileiro de Pintura Contemporânea, Portugal/Brasil (org. Arsénio Rosa/Susana Rosa), Lisboa, Rio de Janeiro. ed. 2, 1 vol., ISBN: 972-700-566-7 (972-700-474-1), Lisboa, Rio de Janeiro: Universitária Editora (2003), pp. 9-11.

Livro disponível em: http://www.livapolo.pt/livro/detalhe/anuario-luso-brasileiro-pintura-e-escultura-em-portugal-brasil-2004-2005/58860
Disponível em: http://www.cotacota.com.br/anuario-luso-brasileiro-pintura-em-portugal-brasil-2003-importado-arsenio-rosa-suzana-rosa-universitaria-editora-isbn-9727004741_85_220217_oferta.html
 

POESIA (exercícios de liberdade criativa).

 
 
POESIA/MICRO-FICÇÕES
 (em construção)
 
 
 
«Eu não quero ter a terrível limitação daqueles que vivem apenas em função daquilo que é passível de fazer sentido. Eu não! Eu quero uma verdade inventada por mim.»
(Clarice Lispector)



O MISTÉRIO DA PÁGINA EM BRANCO
 
Eis o poeta perante a secreta liberdadade da página em branco. Ele escreve uma palavra, e outra, e mais outra ainda, mas essas palavras acabam por não aparecer na página em branco. Qual é, afinal, o mistério da página em branco?



De facto, a secreta liberdade das palavras da grande Clarice Lispector possuem esse raro condão de nos fazerem entrar “dentro de nós próprios”, de tal maneira que somos constantemente surpreendidos pela estranha profundidade das suas observações (quase sempre apresentadas sob a forma de perguntas), e pela beleza encantatória das suas extraordinárias metáforas, contra as quais, aliás, ela própria se revoltava sistematicamente, por saber de antemão que não passavam de meras tentativas de aproximação poética em relação a qualquer coisa que lhe escapava das suas próprias mãos (sombras, reflexos, fantasmas), mas que, apesar de tudo, a ajudavam a fazer batota com a própria vida, ou pelo menos, a fazer de conta que vida é um misterioso jogo que vale a pena ser vivido, jogado, e saboreado até à exaustão da estranha liberdade da nossa própria imaginação!
Eusébio Almeida
 


 
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A FACA QUER MATAR AS PERSONAGENS DO LIVRO
(micro-ficção)
 
 
Entro numa das salas da Biblioteca Alexandre O`Neill,
 
sento-me numa cadeira de metal,
 
e retiro da gaveta um pedaço de papel amarrotado pelo tempo.
 
Depois pego numa faca bem afiada e começo a cortá-lo aos bocadinhos.

O papel começa a gritar,
e o sangue a escorrer devagarinho,
sempre sem parar.
Por isso, largo imediatamente o papel,
e fujo com a faca na mão em direcção a uma pilha de livros.
Depois espeto a faca em cima do «Crime e Castigo», de Dostoievsky.
O livro não suporta o peso da faca.
A faca não é uma faca.
A faca é o desejo do assassino,
e o desejo do assassino é o esboço duma vida.
A vida não suporta tanto peso.
Por isso, desenho no chão um círculo com a ponta dos dedos e escondo a faca lá dentro.
A faca começa logo a chorar.
Quer sair.
Quer fugir.
Quer gritar.
 Quer matar.
A faca quer matar as personagens do livro de Dostoievsky.
De faca na mão, abro novamente o livro.
Agora, estou de faca e de livro na mão,
mas não sei exactamente o que fazer!
 
O melhor é largar o livro?
O melhor é largar a faca?
O melhor é largar a faca e espetar o livro no chão?
O melhor é largar o livro e correr com a faca na mão?
O melhor é não largar a faca!
O melhor é não largar o livro!
O melhor talvez seja mesmo enterrar o livro e a faca no chão!
Assim, a faca acabará por perder a cabeça,
e o livro por justificar o crime do poeta revoltado.
(Antologia de Micro-ficção Luso-brasileira, no Prelo).
Lisboa,
Eusébio Almeida



 

 


VÍDEO-ART

                                                              
VÍDEO-ART (em construção).


Os vídeos “Imagem”, "Emoção Voluptuosa", e "Moeda" de Eusébio Almeida foram exibidos na Cinemateca Portuguesa (nos dias 26 e 30 de Abril de 2010), e no Centro Cultural de Belém/Museu da Colecção Berardo (no dia 30 de Abril), no âmbito do Ciclo de Cinema, e do Colóquio Internacional: "Imagem e Pensamento" em torno da vida e obra de Klossowski. Estes 3 vídeos foram ainda exibidos no Auditório da Faculdade  de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), também no âmbito do Ciclo de Cinema dedicado à vida e obra de Klossowski (2010). Para consultar as linhas gerais do Programa, http://www.cecl.com.pt/actividades/actividades-em-curso/124-ciclo-imagem-e-pensamento-ii-pierre-klossowski-e-os-poderes-da-imagem



Vídeo, Imagem, Mini DV transferido para DVD,
cor, som, Cinemateca, e Museu Berardo, 2010


 
Vídeo, Emoção Voluptuosa Mini DV transferido
DVD, cor, som, Cinemateca, e Museu Berardo, 2010

 
 
Vídeo, Moeda, Mini DV transferido para DVD,
cor, sem som, Cinemateca, e Museu Berardo2010


Vídeo, O corpo na era digital, Mini DV
transferido para DVD, cor, som, Museu Berardo, 2010


 Vídeo sobre o Caldas Late Night, Mini DV
transferido para DVD, cor, som, 2001/2002

 
Vídeo/Animação (Susana Rosa), Mini DV transferido
para DVD, cor, som, 2001/2002
 
 

PERFORMANCE/NETACTIVISMO


O CORPO NA ERA DIGITAL (em construção...)

(PERFORMANCE/NETACTIVISMO)
 




O PROJECTO - O CORPO NA ERA DIGITAL (NET ART ACTIVISMO) começou por ser desenvolvido no âmbito alargado das actividades criativas do LAB. 2010 (coordenado por um grupo de artistas de Lisboa e de Barcelona) consistindo este projecto numa espécie de plataforma de reflexão, produção e partilha das mais variadas experiências artísticas, exigindo-se apenas aos autores que tivessem em comum o interesse geral pela chamada arte digital, e em particular pelo conceito alargado de LIGAÇÃO, COLABORAÇÃO, E INTERACTIVIDADE.
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::::::::::LAB. 2010
SEMPRE LIGADOS E DESLIGADOS A QUALQUER COISA. Milhares de seres ligados a milhares de cérebros...ligados a milhares de ligações ligadas a milhares de imagens...ligadas a milhares de pessoas transformadas em milhares de entidades virtuais, quase como se estar online fosse o primeiro e o último grande reduto de salvação do mundo contemporâneo.

 
Toda a gente quer estar ligada a alguém ou a alguma coisa!

 
COMPANHIA. RELAÇÃO. PROXIMIDADE. PARTILHA. PAIXÃO. VÍCIO. OBSESSÃO. CONTAMINAÇÃO. FETICHE. PRAZER. SABER. DESEJO. SABOR. DOR. AMOR. ODOR. HUMOR.

 
MAS, ATENÇÃO! PORQUE O PRAZER DA VISIBILIDADE E DA GLOBALIZAÇÃO TAMBÉM PODEM CONDUZIR À DEPENDÊNCIA E À ALUCINAÇÃO!

 
Lisboa/Barcelona
Lab. 2010


1. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010
 
2. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010

3. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010
 
4. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010
 
5. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010
 
6. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010

7. O corpo na era digital, Lisboa/Barcelona, LAB. 2010
 


FOTOGRAFIA

 
 
FOTOGRAFIA (em construção...).
 
  
Uma parte significativa destas fotografias foram recentemente apresentadas no âmbito do projecto - Lab666  (Sempre em Movimento), noTeatro Cervantes, Arnedo/Madrid (2010), tal como já tinham sido apresentadas no âmbito de uma colectiva  de Desenho, Fotografia e Vídeo (Projecto ALBUM), juntamente com trabalhos da Susana Anágua, do Bunga e do Samuel Rama. Projecto ALBUM, Espaço/Prédio Bartolomeu 5, Lisboa (2004). Já agora, convém ainda salientar que o meu interesse por esta área criativa  surgiu precisamente no contexto alargado de uma cadeira de Fotografia dada na ESAD.CR, pelo fotógrafo Pedro Letria.
 
 
«Toda a narrativa é uma narrativa de viagem»
  (Michel de Certeau)   

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1.  Zona X, Lisboa, 2012
 
 
2. Estação de Metro do Chiado, Lisboa, 2010
 
 
3. Proibido proibir, Constância, 2010
 
 
4. "Hotel Cosmos", Vila do Conde, 2008
 
 
5. "Hotel Cosmos", Vila do Conde, 2008
 
 
6. A casa do poeta desconhecido, 2007
 
 
7. Entre Sagres e Lagos, 2007 
 
 
8. Praia Verde, Altura, 2007
 
 
 9. Praia Verde, Altura, 2007
 
 
10.  Micose absoluta, 2006
 
 
11. Barcos à deriva, Lagos, 2006
 
 
12. Espetador naufragado, Lagos, 2006
 
 
13. Pompidou, Paris, 2006
 
 
14. Pompidou, Paris, 2006
 
 
15. Aldeia do Mato, Abrantes, 2006 
 
 
 16. Aldeia do Mato, Abrantes, 2006
 
 
 17. Entre Sagres e Lagos (Ingrina), 2005
 
 
 18. Aldeia do Mato, Abrantes, 2006 
 
 
19.  Aldeia do Mato, Abrantes, 2006
 
 
 20. A caminho de casa, Altura, 2005
 
 
 21. Bicicleta, Ingrina, 2006
 
 
22. "Derrubar árvores (uma irritação)", Constância, 2005
 
 
23. Entre Vila Real de Santo António e Ayamonte, 2006 
 
 
24. Num dia de nevoeiro, Serra D`El Rei, Peniche, 2004
 
 
 
25. Retiros, Lousã, 2004
 
 
26.  Loiola, Ingrina, 2005
 
 
27. Parque da Ingrina, 2005 
 
 
 28. Boa viagem..........................
 
 
  
 PROJETO " A PELE JÁ NÃO NOS PROTEGE", DESENVOLVIDO NO ÂMBITO DA CADEIRA DE FOTOGRAFIA, NA ESAD.CR, EM 200O (SOB A ORIENTAÇÃO CRIATIVA DO FOTÓGRAFO DUARTE BELO). http://www.duartebelo.com/
 
 
 
1. "A pele já não nos protege I", preto e branco
(várias dimensões), 2000
 
 
2. "A pele já não nos protege II", preto e branco
(várias dimensões), 2000
 
 
 
3. "A pele já não nos protege III", preto e branco
(várias dimensões), 2000
 
 
4. O cheiro das imagens, Constância, 2000
 
 
5.  Arte e religião, 2000
 
 
 
6. Rua dos Artistas,  no âmbito de um projecto
de João Pedro Vale, Caldas da Rainha, 1999/2000.